Morreu, aos 90 anos, no dia 1º de janeiro, em Porto Alegre, o maestro Frederico Richter. Ele foi o criador e fundador da Orquestra Sinfônica de Santa Maria (OSSM), em abril de 1966. Filho de emigrantes austríacos, Frederico nasceu em Novo Hamburgo em 1932, e começou a compor já na infância. Criou mais de 900 obras, entre títulos globais como Ciclos, Sinfonias e cerca de 50 obras para orquestras e ópera.
Tocou na Ospa (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre) por 20 anos, de 1950 a 1971, como 1º violino. Como maestro, regeu também a Ospa, assim como orquestras em São Paulo, e Montevidéu. Em 1966, já lecionava no Departamento de Música da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), instituição da qual foi professor titular por 33 anos. Encontrando melhores condições para compor na cidade, decide se radicar em Santa Maria com a família, em 1971.
LEGADO
Conforme Tita Sartor, atual regente da Orquestra Sinfônica de Santa Maria, o compromisso da OSSM a partir de agora será o de continuar irradiando a obra dele como compositor, como professor e eterno maestro da orquestra. Tita expressa os sentimentos à família de Frederico, em especial à viúva, professora Ivone Richter, a quem considera uma incansável propagadora de sua obra.– Sem dúvida, ele nos deixou um grande legado, uma grande obra. Se estamos aqui hoje, com nossa orquestra brilhando pelo Estado, tudo isso se deve ao trabalho incansável do maestro Frederico Richter. Agradecemos a oportunidade de reger e executar algumas de suas obras, bem como ao Darwin Pillar Correa, responsável pela catalogação de toda a obra composicional de música de concerto dele. A OSSM também agradece por ter participado do evento online de 90 eventos do maestro, em fevereiro de 2022.
Frederico Richter também ministrou cursos no exterior e atuou como conferencista, músico, docente e pesquisador na Alemanha, Áustria, Reino Unido, Escócia e Canadá. Nos últimos anos, era bastante solicitado por intérpretes para apresentar suas composições. Obras do maestro para piano foram apresentadas em dois concertos na Áustria e, recentemente, havia estreado Viola I, de sua autoria, no Azerbaijão, e Estados de Alma, trio para violino, viola e violoncelo, em Moscou.
O velório do maestro Frederico Richter ocorre no dia 3, às 14h, na capela A do Cemitério Santa Rita, em Santa Maria, e o sepultamento em seguida, às 17h30min.
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